III- OS FATOS ATUAIS, INTERPRETAÇÃO E DÚVIDAS QUE PERSISTEM.
Já no século XX continua-se a assinalar o aparecimento dos discos. Logo no começo do século, há registrados dois curiosos aparecimentos, ambos consignados nas páginas do mensário "Weather Review", do Bureau de Meteorologia dos Estados Unidos - página 115 do número de Maio de 1.904 e página 310 de 1.917. Esses aparecimentos foram assinalados, o primeiro pela tripulação do barco "Supply", americano, e o segundo, acima, da cidade de Burlington, Vermont.
Os aparecimentos no começo deste século foram raros. Apareciam discos ou "charutos" de tempos em tempos, nada parecido com o que estamos assistindo. Antes da Segunda Guerra, o último aparecimento registrado refere-se ao caso narrado por Nicholas Roerich, que na ocasião, 1.934, era chefe da "Expedição Americana Roerich" ao Tibete. A narrativa desse perturbador caso encontra-se nas páginas 361 e 362 de seu livro "Altai Himalaya".
Posteriormente, rebentou a Segunda Guerra e pouco depois começaram os inexplicáveis aparecimentos daqueles falados "foo-fighters", vistos pelos aviadores durante a guerra, na Europa e no Japão. Já no final da guerra houve a célebre experiência com a primeira bomba A e logo depois duas explodiram em Hiroshima e Nagasaki. Dessa época em diante houve um recrudescimento assustador no aparecimento de discos e os governos passaram, quase que sob o clamor dos povos alarmados, a se interessar pelo assunto e a investigar cuidadosamente. Na Inglaterra o Ministério do Ar lança-se em investigações, centraliza os informes colhidos e sua rede estende-se até os domínios mais longínquos.
Na França, a mesma coisa.
Ainda recentemente o Ministro do Ar, Diomede Catroux, respondendo a uma interpelação do Congresso, esclarece que os serviços de seu Ministério estão atentos, observando tudo que se passa nos céus.
Nos Estados Unidos, depois de certos fatos que realmente abalaram o país, resolve-se centralizar as investigações num órgão que se denominou "Projeto Disco", criado por lei assinada em 30 de Dezembro de 1.947. Poucos dias depois, a 07 de Janeiro de 1.948, aconteceu o espantoso caso da morte do Capitão Mantell ao perseguir um disco e duas semanas depois o "Projeto Disco" começou efetivamente suas operações.
Foram contratados o Astrofísico Professor Joseph Hynek e um grupo de peritos da Rand Corporation. Passaram a cooperar com o "Projeto Disco", o Serviço Aéreo Meteorológico de Andrews Field, o Bureau de Meteorologia dos Estados Unidos, laboratórios eletrônicos, Laboratório Aeromédico, departamentos do Exército e da Marinha, F.B.I., Aeronáutica Civil e várias outras organizações do Governo e privadas, bem como peritos em foguetes, autoridades em projetis dirigidos e planejadores de viagens interplanetárias.
Um questionário-padrão é distribuído amplamente. Refere-se ele a, para cada caso, tempo, local, tamanho e forma do objeto assinalado, altitude estimada, velocidade, manobras executadas, cor, ruído, duração da observação, etc., etc..
O primeiro nome em inglês do que chamamos "Projeto Disco" foi "Project Sign". Mais tarde seu nome foi mudado para "Project Grudge" e posteriormente passou a chamar-se "Blue Book".
O problema dos discos é tão perturbador, e é tal a baldúrdia que estabeleceu nos meios onde se os investiga, que até para eleger um nome houve tentativas sucessivas. A escolha de "Blue Book" resultou, parece, do conhecido "Livro Azul" dos colégios americanos, livro esse que tem respostas para todas as questões dos exames. Entretanto, apesar disso, até agora esse "Blue Book" não esclareceu nada a respeito da maior interrogação do nosso tempo.
Vamos agora tomar contato com alguns dos mais complicados e conhecidos casos de aparecimento de "discos voadores" e suas variantes "Charuto" e "Bola de Fogo", para então chegarmos através deles às curiosas controvérsias que ainda hoje existem.
01 - CASO KENNETH ARNOLD - Foi este talvez o primeiro caso que eocionou o povo americano e o Capitão Edward Ruppelt, que trabalhou dois anos no "Blue Book", o apresenta como marcando o ano primeiro do que ele chama a Era dos Discos. Kenneth Arnold voava de Chehalis a Jakima, Washington, a 24 de Julho de 1.947, quando notou qualquer coisa luminosa no seu través que lhe chamou a atenção.
Fixando seu olhar, viu nove discos resplandecentes contra o fundo de neve do Monte Ranier. "Voavam perto do cume da montanha, como que numa cadeia diagonal, como se estivessem todos ligados" - esclareceu ele posteriormente.
"Observei-os durante três minutos. Eram chatos como uma torta e tão brilhantes que refletiam o sol como um espelho. Nunca vi coisa tão rápida, pois sua velocidade era da ordem de 2.000Km/H".
Essa narrativa, é claro, empolgou a nação, como um fato capaz de confundir. Tanto quanto se sabia, nenhum avião do mundo havia transposto a barreira do som até àquela data.
"Não acredito nisso, é claro, mas vi-o".
Essa história, segundo afirmam pessoas chegadas ao "Blue Book", teria talvez se encerrado se nada mais acontecesse. Mas aconteceu que nos trinta dias seguintes, 53 informações sobre discos choveram sobre os investigadores.
Segundo o depoimento do Capitão Ruppelt alguns desses aparecimentos pareciam algo mais que simples histeria, como a princípio se supôs. Provinham de velhos pilotos acostumados com as ilusões de óptica que o vôo pode provocar, provinham de cientistas e de outros observadores, presumivelmente sóbrios e calmos.
Nessa primeira fase de frequentes aparecimentos de "Discos Voadores" a Força Aérea americana se manteve oscilando entre duas concepções.
Havia os que se mostravam apreensivos com os discos e entre eles algumas altas patentes. Achavam que foi uma espécie de complacência que levou os Estados a Pearl Harbour e nesse momento a tensão internacional era alta com o que se denominava "guerra fria". Achavam que se devia apurar, e depressa, a causa desses estranhos aparecimentos.
De outro lado, estavam os que achavam que tudo nada mais era que uma histeria provocada pelo caso Kenneth Arnold. Achavam que essas visões diminuiriam com o tempo. Além disso, diziam eles, não pareciam os discos constituir ameaça alguma e nenhum deles foi apanhado para que se pudesse provar que realmente eram algo de novo sob o Sol.