BRIGADEIRO GUEDES MUNIZ (FINALIZANDO).
Na realidade nós ouvimos com prazer todas as informações que o Coronel Adil nos trouxe. Apenas ele fez uma observação muito interessante: ele não sabe por que os cientistas e os técnicos não têm falado muito sobre esse assuntos dos "Discos Voadores".
E nós, técnicos militares e os engenheiros do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, ficamos um pouco em choque perante o Coronel Adil porque não dissemos nada ainda a respeito da possibilidade técnica ou científica desses vagabundos do espaço. E não fizemos nada.
E não diremos nada ainda porque nós nos recordamos, sempre, de uma velha anedota, a do besouro, muito velha, mas muito oportuna de ser lembrada aqui.
Há tempos reuniram-se vários dos melhores engenheiros aeronautas do mundo inteiro para estudar o besouro. Estudaram o besouro, a sua forma aerodinâmica tremendamente errada, sua superfície alar tremendamente deficiente, sua potência impossível. E esses técnicos, depois de todos os cálculos, depois de todas as demonstração científicas, provaram, por "a" mais "b", que o besouro não poderia voar. E o besouro, como não sabe nada disso, continua voando.
[Término da transcriação integral do conteúdo da Revista O CRUZEIRO - Edição Extra, de 02 de Novembro de 1.954]